Empresa que participou do IV Festival de Inverno de Mafra aplicou golpe em consumidores
Durante o evento, uma barraca que comercializava livros educativos realizou diversas vendas, mas não efetuou a entrega dos produtos dentro do prazo prometido.
Por Repórter Marcos Piroski
30/08/2025 - 05h47
A IV edição do Festival de Inverno de Mafra 2025, realizada entre os dias 19 e 22 de junho, atraiu grande público, movimentou a cultura local e fortaleceu o turismo regional. Porém, um episódio negativo envolvendo uma empresa expositora vem gerando indignação e prejuízos aos consumidores.
VENDA SEM ENTREGA
Durante o evento, uma barraca que comercializava livros educativos realizou diversas vendas, mas não efetuou a entrega dos produtos dentro do prazo prometido.
A primeira denúncia chegou à reportagem nesta semana. Uma consumidora relatou ter adquirido livros no valor de R$ 838,80, com pagamento via cartão de crédito, no dia 20 de junho. Segundo ela, a empresa garantiu que o material seria entregue em até seis semanas, prazo que já foi ultrapassado.
Sem receber os produtos e sem conseguir contato com a empresa Educar, responsável pelas vendas, a cliente procurou o Procon de Mafra. Lá, descobriu que já existiam outras reclamações contra a mesma expositora. Orientada pelo órgão, registrou boletim de ocorrência em 25 de agosto de 2025 e, no dia seguinte, levou o caso à imprensa.
INVESTIGAÇÃO JORNALÍSTICA
Ao consultar o Procon, a reportagem confirmou que havia outras queixas contra a Educar. A Prefeitura de Mafra, por meio da assessoria de imprensa, também confirmou que foi informada das denúncias.
Segundo a Prefeitura, a maior parte dos estandes do festival foi destinada a comerciantes locais, mas alguns espaços foram administrados pela empresa organizadora, que os sublocou para empresas de fora, incluindo a Educar.
A assessoria relatou ainda que tentou contato com a empresa denunciada, mas não obteve retorno.
Com apoio do Procon, a reportagem levantou o CNPJ da Educar e constatou que se trata de um MEI (Microempreendedor Individual), aberto em 2 de abril de 2025, apenas dois meses antes do festival. O endereço registrado na Receita Federal fica na Avenida Atlântica, em Balneário Camboriú (SC).
Para aprofundar a apuração, o repórter Edenilson Pozzobom, do portal O Janelão de Balneário Camboriú, esteve no endereço indicado, mas não encontrou nenhum escritório da empresa nem a suposta proprietária. Moradores e comerciantes locais afirmaram desconhecer a pessoa registrada como responsável.
POSICIONAMENTO DO PROCON
O Procon de Mafra orienta que todos os consumidores que se sintam lesados procurem registrar reclamação formal no órgão e também façam boletim de ocorrência na Polícia Civil, para que medidas legais sejam tomadas.
NOTA DA PREFEITURA DE MAFRA
Em nota oficial, a Prefeitura de Mafra declarou que tomou conhecimento das denúncias relacionadas à barraca de livros e reforçou que não possui responsabilidade sobre essas transações comerciais.
Segundo a Prefeitura, a maior parte dos espaços do festival foi destinada a comerciantes locais, e apenas alguns estandes foram repassados à empresa organizadora, que os comercializou para empresas de fora.
“Infelizmente, pessoas utilizaram-se de um evento comunitário e familiar para agir de má fé e causar prejuízos à população”, diz o comunicado.
A Prefeitura reforçou ainda que tentou contato com a empresa denunciada, sem retorno, e orienta que todos os consumidores prejudicados procurem o Procon e registrem boletim de ocorrência.
A PERGUNTA QUE FICA
Se a Prefeitura já havia tomado conhecimento das denúncias, por que não se manifestou antes, em nota pública, para alertar a população e tentar resolver a questão ainda durante o andamento das reclamações?
Enquanto isso, consumidores continuam sem resposta e aguardam providências contra a empresa Educar, que usou o Festival de Inverno de Mafra como vitrine para aplicar um golpe em plena praça pública.
Agradecimento ao Repórter Edenilson Pozzobom do Portal de Notícias O Janelão de Balneário Camboriú
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